Insight: a prece sobre as Paramitas

 

Que todos os seres possam possuir Amor. O Amor que é o antídoto para o desamor e o ódio. O Amor que é cultivado pelo reconhecimento e prática das causas da real felicidade.

Que todos os seres possam possuir Compaixão. A Compaixão que é antídoto para a crueldade e para as atitudes pesarosas. A Compaixão que é cultivada através do reconhecimento e de se evitar as causas dos sofrimentos. Que saibamos ter Compaixão pelas pessoas certas, aquelas que promovem males aos outros e na verdade, não percebem que o fazem a si mesmos.

Que todos os seres possam possuir Equanimidade. A Equanimidade é o antídoto para a dualidade, para a separabilidade e para o egoísmo. A Equanimidade que é cultivada a partir do reconhecimento da natureza búdica, pura e presente em todo e qualquer ser.

Que todos os seres possam possuir Alegria Genuína. A Alegria Genuína é obtida por meio do regozijo pela alegria de todos os seres e é antídoto para a inveja.

Que todos os seres possam possuir . A Fé no Dharma e na bondade dos preceitos. A Fé é cultivada pelo desapego e é antídoto para o medo.

Que todos os seres possam possuir Paciência. Que sejamos pacientes com os processos e com o caminho. A Paciência é cultivada por meio da tolerância e é antídoto para a raiva.

Que todos os seres possam possuir Humildade. Que sejamos capazes de perceber o caminho percorrido e a vastidão do por vir. A Humildade é cultivada através da gratidão e é antídoto para a presunção.

Que todos os seres possam possuir Diligência. Que a disciplina seja veículo para que o caminho possa ser percorrido. A Diligência é cultivada através da perseverança e é antídoto para a preguiça.

Que acima de todas as Paramitas, que todos os seres possam possuir Sabedoria. A Sabedoria que é cultivada através da meditação e é antídoto para a ignorância. Que a Sabedoria se manifeste em sua condição relativa e humana, na qual nos tornemos mais amorosos e compassivos, mas também, que a Sabedoria se manifeste em sua condição absoluta e saibamos contemplar a condição indissociável entre a Impermanência, pois nada permanece imutável em todo Universo. O Vazio capaz de nos descortinar os olhos que se identificam com nosso eu transitório e da Interdependência, capaz de nos fazer perceber nossa eterna integração com todas as formas de vida, com todo e qualquer fenômeno.

No Dharma.

 

Texto de Jule Amaral. Praticante na Daissen Ji. Escola Soto Zen.

 

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