Jeong Kwan, freira budista Seon e chef de cozinha coreana disse que “O que importa não é aprender o Budismo com profundidade, o importante é viver com o Budismo. Viver com ele, comer com ele, trabalhar com ele, cortar lenha com ele, todas essas coisas viram um estudo. Talvez isso seja o Budismo em si. ”. Isso é algo muito importante de se refletir. Em certo momento da vida, assumimos nossa inclinação pelo Budismo, queremos meditar, ler sobre os grandes mestres, participar de retiros e tudo mais que possa ser compelido à vida de um budista, no entanto, o quanto disso conseguimos levar aos nossos atos diários? Todas as nossas leituras sobre o Budismo tornam-se apenas textos eruditos de estudo quando não conseguimos viver o Budismo em cada uma de nossas ações.
Uma das ações que, talvez, precisamos examinar com urgência é a forma que conduzimos nossa alimentação. Muitas mudanças moldaram a vida contemporânea, e muitas vezes não notamos o quanto estamos condicionados a um viver mecanicista nas refeições, que só se consome e não se sente realmente o momento, que não possui uma consciência sobre o que estamos ingerindo e muitas vezes não sabemos realmente o que estamos consumindo, já que, escravos do relógio, em várias ocasiões optamos pelo mais rápido e fácil.
Depende de cada um de nós mudar essa postura, não somente por uma questão de saúde, mas também para começarmos a exercer o Budismo além dos livros e meditações, para vivermos com ele, falarmos com ele, agirmos com ele, comermos com ele.
Trazemos algumas dicas que podem ser úteis nesse caminho de mudanças:
- Coma alimentos vegetarianos
Seguindo o preceito budista de não violência, de não causar sofrimento a seres sencientes, muitos optam por refeições estritamente vegetarianas. Não há uma regra para isso, mas sim uma escolha pessoal.
- Siga uma programação diária
Ter uma programação diária previsível nos permite planejar nosso dia e regular o apetite. Além de nos possibilitar preparar, quando possível, nossas refeições.
- Troque lanches processados por frutas e chá
Frutas frescas da estação são muito nutritivas e podem servir de lanches entre as refeições, já os chás podem relaxar ou despertar, dependendo da escolha do sabor.
- Compartilhe suas refeições
O momento da refeição pode ser uma ótima oportunidade para exercitar a generosidade. Para Jeong Kwan, “é a mentalidade do compartilhar que representa o que se come”, pois “não existe diferença entre cozinhar e seguir o caminho de Buda”.
- Desfrute de refeições caseiras
Preparar sua própria refeição pode ser um exercício de atenção plena, de estar no momento presente e encontrar satisfação nisso, além de ter a oportunidade de fazer algo para oferecer aos amigos, familiares, e outras pessoas, nossa prática pode ficar comprometida sem o ato de compartir.
As refeições caseiras também têm a vantagem de conter menos sal, sem conservantes, e sabores mais frescos, é muito mais fácil comer de forma saudável se você tiver mais controle sobre como a comida é preparada.
- Coma após a meditação
Meditar antes do café da manhã, almoço e jantar pode nos deixar em um estado mais calmo e relaxado, o que pode ajudar na digestão.
- Coma em silêncio
Experimente comer sem a distração da televisão, notebook ou celulares. Esteja no momento presente, sentindo cada sabor, dosando as porções de acordo com a necessidade, nem mais nem menos. O silêncio pode ser especialmente poderoso e reflexivo.
Fonte:
https://www.mindbodygreen.com/0-6425/Eat-Like-a-Buddhist-in-10-Easy-Steps.html
Documentário Chef’s Table. Episódio Jeong Kwan. Disponível na Netflix.