Quem Sou

 

 

Como cada pedrinha no chão

Como cada formiga a andar

Como os raios de sol no verão

Como as correntes de vento no ar

 

Um dia esse corpo cairá em repouso

E dele a vegetação se sustentará

Mas enquanto da morte não ouço

Aproveito a vegetação para me alimentar

 

Nada é criado, nada é extinto

Tudo é aproveitado dentro dessa lei

Nessa lógica, não sou distinto

Sempre existi e sempre existirei

 

Sou abrangente, sou o tudo

Estou em todos os lados que se observar

Mas não sou especial, sou miúdo

Tão comum como folhas no pomar

 

Como a água que evapora, condensa e precipita

Em inúmeras formas irei me manifestar

Contanto que o ciclo impermanente se repita

Volto e volto, até não mais voltar

 

Sou Universo vivo

E em transformação permaneço

Com milhares de seres convivo

Nasço, morro, e tenho um novo começo

 

Por Thalía de Sousa Bastos. Praticante na Daissen. Escola Soto Zen.

 

  • Receba mais artigos como esse, assine nossa newsletter.

Pin It on Pinterest

Share This