Zen: Uma Luz que Resplandece no Escuro

 

Meu nome é Egídio Henpou e sou um dos coordenadores da Sangha de Concórdia, S.C. Sou oficialmente aluno de Sensei Genshô há mais de 10 anos.

Era 27 de janeiro de 2011 quando escrevi a ele pedindo autorização para iniciar um grupo de prática em minha cidade. Ainda tenho este e-mail salvo. Mas meu primeiro contato com o Zen e a sangha Daissen é mais antigo, aconteceu há aproximadamente 17 anos. Sempre gostei da literatura budista, que era, na época, a forma mais tradicional de começar no Budismo. Mas eu queria mesmo era praticar, sobre tudo, o que lia, e comecei então a procurar sobre retiros usando o melhor recurso que tinha: minha internet discada. Surgiu a oportunidade de praticar com a sangha em Florianópolis.

Era um retiro (sesshin) realizado na sede Baha’Is, em Cachoeira de Bom Jesus, na capital catarinense. Pelo que posso me lembrar, nos sentamos apenas em 6 pessoas, (além de Sensei Genshô e eu, Guimyo San, Rafael Sebastines San, Monja Sodô e Suuen San – que praticamente fazia tudo) estávamos lá, arraigados. Na verdade, são exemplos até hoje. Era meu primeiro sesshin e já estava pronto para uma iluminação (risos). Uma das instruções que recebi do Sensei por e-mail, para que eu pudesse identificá-lo ao chegar na rodoviária de Florianópolis, foi: “Vou estar usando uma camiseta branca escrito ´zen´, e com o símbolo do Zen!

Nos encontramos na rodoviária, ele estava tomando um iogurte de morango, e fomos juntos em seu Santana verde escuro rumo à uma odisseia, e também ao início de uma grande amizade. Lembro-me de que no caminho perguntei a ele como era ver as coisas no agora. Eis que sua resposta foi: “é assim como você vê, nada de diferente. ”, talvez as palavras não tenham sido exatamente essas. Depois desse retiro, fui a mais um, mais um, mais um e ainda continuo sem “ver as coisas no agora”, mas algo mudou… a comunidade agora não senta mais com apenas 6 praticantes em retiros na sede Baha’Is… hoje os monges vêm até nós e não nós até eles. Gostaria que palavras pudessem contar e sentir o que já senti e vivi por meio dos olhos do Zen, uma luz resplandecendo no escuro. Todos esses momentos não ficarão perdidos no tempo. Lembrando que as “possibilidades são colossais”.

Depoimento de Egídio HenPow. Praticante na comunidade Daissen Ji. Escola Soto Zen.

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