Você ama a vida? Conheça o Ecodarma

 

Nesses tempos cheios de inquietações políticas e ecológicas, simpatizantes do budismo podem dar de presente a si e a suas pessoas queridas um livro atual e profundo: Ecodarma – Ensinamentos budistas para a urgência ecológica, publicado no Brasil pela Editora Bambual.

Esta obra inquietante de David Loy, cuja versão original em inglês, Ecodarma, foi publicada em 2019, é tão atual quanto o prefácio do autor à edição brasileira, ao mostrar como a pandemia de Covid-19 expôs governos incompetentes em todo o mundo e lembrar, já então, que “no Brasil […] mais de 610.000 pessoas morreram de Covid-19” e muito mais.

Não havia crise ecológica 2.587 anos atrás, quando Sidarta Gautama, tornando-se Buda, o Iluminado, ao ver a estrela da manhã declarou: “Eu, a grande Terra e todos os seres, juntos e simultaneamente, nos tornamos o Caminho”. O Ecodarma nos diz: “Quando começamos a acordar e entender que não estamos separados uns dos outros, nem desta Terra maravilhosa, percebemos que as maneiras como vivemos juntos e nos relacionamos com o planeta também precisam ser reconstruídas.

Isso significa não apenas engajarmo-nos socialmente, como indivíduos ajudando outros indivíduos, mas encontrar meios de abordar as problemáticas estruturas econômicas e políticas que estão profundamente implicadas na eco-crise e nas questões de justiça social que enfrentamos hoje.

Em última análise, os caminhos de transformação pessoal e social não são realmente separados um do outro. O engajamento no mundo é como nosso despertar individual floresce e práticas contemplativas como a meditação fundamentam nosso ativismo, transformando-o em um caminho espiritual.

O que o Buda ensinou foi dukka – termo sânscrito que abrange todo tipo de sofrimento – e como acabar com dukka. Loy, no entanto, lembra que Buda jamais abordou o dukka causado por uma crise ecológica porque o problema nunca havia surgido. Agora, diante da maior crise da humanidade em todos os tempos, no momento da maior crise histórica do budismo e à luz da necessidade imperiosa de agir, surge a noção de Ecodarma.

Ecodarma, esse termo novo para a fase de desenvolvimento da tradição budista que atravessamos, aponta como os ensinamentos do budismo podem nos ajudar a enfrentar a catástrofe ecológica autoimposta pela humanidade. Ameaçadas, a civilização como a conhecemos e nossa própria espécie (que mal conhecemos) começam a despertar. Na mente de compaixão, o Dharma, incomparavelmente profundo e infinitamente sutil, e os conhecimentos da ecologia se mesclam e retroalimentam.

Nenhuma resenha fará justiça a esse livro, mas leitores despertos ajudam a colocar sua dimensão em perspectiva: “Este livro é um clamor de esperança”, disse monja Coen. “Podemos ouvir, ver e agir por meio do Dharma – a lei verdadeira, para que o ecossistema seja o ecodarma e se torne o centro de nossas vidas”. Lama Padma Samten agradece sua publicação, “aspirando que possamos reconhecer esse tempo não como um precipício distópico generalizado de morte e dor, mas como um período luminoso de renascimento”.

Texto de:

Eishin Sensei, jornalista e mestre Zen, vive em Porto Alegre e é um dos tradutores do Ecodarma. É também fundador, ao lado do Lama Padma Samten, da Revisa Bodhisatva.

Monja Tchoren, cotradutora do Ecodarma e do Zen da Pessoa Comum, orienta seu grupo.

 

Convidamos também os leitores a acompanharem uma série de encontros sobre o livro que aconteceram no #conversasecodarma no Instagram da editora Bambual com diversos convidados, como Monge Koho, Andreas Hernandez, Emerson Kama Kontchog, Silvia Strass  entre outros.

Ainda deixamos o convite para um retiro de quatro dias sobe EcoDarma conduzido pela monja Tchoren no ViaZen no feriado de 7 de setembro deste ano.

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