As Ruínas de Gandhara | Parte 2


Parte 2 – As Relíquias Budista

 

Continuamos com nossa matéria sobre Gandhara, iremos nesta edição falar sobre as relíquias budistas.

Associada a uma história religiosa. Podem ser objetos pessoais ou partes do corpo de um personagem sagrado. O culto das relíquias atingiu o seu máximo na religião budista e em várias denominações cristãs como o catolicismo. As relíquias são usualmente guardadas em receptáculos próprios chamados relicários.

Depois da Parinirvana de Buddha, o corpo de Sidarta Gautama, o Buddha, foi cremado e suas cinzas foram distribuídas entre os seguidores da época para que fossem colocadas no centro das estupas em relicários.

Cada estupa contém um tesouro cheio de vários objetos – pequenas oferendas, ou Tsa-Tsas, preenchem a maior parte do tesouro, enquanto joias e outros objetos preciosos também são colocados dentro. Acredita-se que quanto mais objetos colocados no tesouro, mais forte será a energia da estupa.

Tsa-tsas – miniatura de stupas.

Um poste de madeira coberto com pedras preciosas e mantras, é um elemento importante de cada estupa, pois representa a árvore da vida. Ela é colocada no canal central da estupa durante uma cerimônia de iniciação, onde os desejos dos participantes são armazenados.

Conforme a revisão de literatura levantada para esse artigo, no período do império Asoka, também conhecido como Asokavardana (Asokavardhana; 304 – 232 a.C.) foi um imperador indiano da dinastia máuria que reinou entre 273 e 232 a.C. Frequentemente citado como um dos maiores imperadores da Índia, Asoka reinou sobre a maior parte do território correspondente à Índia atual depois de várias conquistas militares. Asoka converteu-se ao Budismo, abandonando a tradição védica sendo responsável pela construção de milhares de stupas em Gandhara. Foi um momento muito importante para o Budismo em Gandhara.

Buda em pé, Gandara (séculos I-II). Museu Nacional de Tóquio

 

As imagens de Buda são também consideradas relíquias. Gandhara é notável pelo seu estilo distinto de arte budista, uma consequência da mistura das tradições artísticas gregas, sírias, persas e indianas. O desenvolvimento dessa forma de arte começou no período parta (50 a.C. – 75). O estilo gandharano floresceu e alcançou o apogeu durante o Império Cuchana do século I ao V. Essa arte declinou e foi destruída depois da invasão dos hunos no século V.

 

A Destruição das Relíquias de Gandhara

Duas esculturas, representando Buda, esculpidas na rocha entre os séculos IV e V (gigantes – 53 mts/alt por 40 mts/larg) – destruídas em março de 2001 pelo grupo fundamentalista islâmico do Talibã

Grupos muçulmanos como o Talibã e saqueadores destruíram muitos dos artefatos budistas paquistaneses da civilização da Gandhara, especialmente no vale do Suat. O vale do Suat, no Paquistão, possui muitas esculturas budistas e estupas, e Jeanabade possui uma estátua de Buda sentado. As estátuas e estupas budistas da era Cuchana no vale do Suat foram demolidas depois de duas tentativas pelo Talibã, e o rosto do Buda de Jeanabade foi dinamitado. Apenas os Budas de Bamiyan eram maiores do que as estátuas de Buda esculpidas no vale do Suat. O governo nada fez para proteger a estátua depois da tentativa inicial de destruí-la, que não causou danos permanentes. Mas um segundo ataque destruiu seus pés, ombros e rosto. O Talibã destruiu deliberadamente relíquias budistas de Gandhara.

Buda sentado de Gandhara exposto no Museo Británico

 

Achado Arqueológico de 2013

Em 2013, foram achados restos de uma estrutura em madeira sob tijolos com um espaço aberto no centro, como se fosse um santuário, no templo Maya Devi (o lugar tradicionalmente tido como o lugar do nascimento de Buda), em Lumbini, no Nepal. Também foram achados indícios de raízes de árvores antigas no vazio central do templo. A estrutura foi datada como tendo sido fabricada no século VI a.C. O achado foi considerado a primeira evidência arqueológica ligando a vida de Buda a um século específico.

Maya Devi Temple é um antigo templo budista situado no Patrimônio Mundial da UNESCO em Lumbini, Nepal

 

Texto de Elaine Kôhô. Praticante na Daissen Ji. Escola Soto Zen.

 

Fonte:

https://pt.khanacademy.org/humanities/approaches-to-art-history/understanding-religion-art/buddhism-art/a/the-stupa

https://en.wikipedia.org/wiki/Takht-i-Bahi

https://en.wikipedia.org/wiki/Dharmarajika_Stupa

https://pt.wikipedia.org/wiki/Estupa_Shanti

 

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