História da Escola Soto Zen 2ª Parte

 

Durante o final do período Kamakura e no início do Período Muromachi, a Escola Zen Rinzai estabeleceu cinco templos principais em Kyoto e Kamakura, inaugurando então o sistema “Cinco Montanhas – Dez Templos” (Gozan-Jissetsu). Isso encorajou muito o desenvolvimento da cultura influenciada pela mente Zen, em especial o movimento literário conhecido como Gozan-Bungaku (Literatura das Cinco Montanhas). Em contraste, a Escola Soto Zen evitava qualquer ligação com o governo central, preferindo juntar-se às massas e responder às necessidades mais simples do povo, enquanto continuava suas atividades educacionais em um curso lento e constante. É claro que com o passar do tempo a Escola Soto Zen experimentou períodos de confusão e mudança.

A criação do Jidan Seido (sistema de templos para leigos) pelo Shogunato do período Tokugawa levou a uma organização e a um controle centralizado dos templos em todo o país. Durante essa época muitos dos melhores mestres da Escola Soto Zen apareceram; dentre eles: Gesshu Soko, Manzan Dohaku e Menzan Zuiho. Esses mestres serviram como instrumentos para corrigir vícios na trasmissão do Dharma, ao mesmo tempo em que enfatizavam a necessidade de um retorno à consciência que Dogen Zenji tinha em relação à Autêntica Transmissão Face-a-Face (menju-shiho). Essa era uma das partes de um movimento em prol de reviver a realização original da Escola Soto Zen. Isto também levou a uma profusão de pesquisas e edições dos clássicos da Escola Soto Zen, iniciando com a obra mais importante, o magnum opus de Dogen Zenji, o Shobogenzo (Olho Tesouro do Verdadeiro Dharma).

Com a restauração Meiji, o novo governo baseou-se na autoridade do Imperador e em sua divindade de acordo com a teologia Xintoísta. Por causa do íntimo relacionamento entre o sistema imperial e a religião autóctone, o governo posicionou a religião tradicional Xintoísta como central para a sociedade, separando o Xintoísmo do Budismo, enquanto tentava suprimir o Budismo. O governo foi tão longe nesse propósito que chegou a proclamar a necessidade de “jogar fora Buda e acabar com Shakyamuni” (haibutsu-kishaku). Foi um golpe fortíssimo para o mundo budista, mas as várias escolas budistas foram capazes de superar essas dificuldades.

Nesse período a Escola Soto Zen viu aparecer Ouchi Seiran Koji, que editou a versão original do Shushogi (Significado da Prática e Verificação). Azegami Baisen Zenji do templo Daihonzan Sojiji e Takiya Takushu Zenji do templo Daihonzan Eiheiji fizeram revisões do texto de Ouchi e o promulgaram como padrão para a disseminação dos ensinamentos da Escola Soto Zen. O Shushogi tem papel principal na popularização dos ensinamentos entre os leigos. Hoje, a Escola Soto Zen cresceu para tornar-se um grande movimento religioso que inclui cerca de 15.000 templos e 8 milhões de adeptos no Japão.

Texto produzido pela equipe da Coluna de História e Sociedade.

Referências:

https://www.sotozen.com/por/what/history/index.html

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