Por que as coisas são assim?

 

Discurso do porquê de as coisas não darem certo como gostaríamos.

Por Rodrigo Porto de Oliveira Rodrigues

 

Comentário pré-leitura

Esse discurso foi feito e transcrito por uma pessoa qualquer, em um momento qualquer, por quaisquer intenções. Por se tratar de um discurso, pode ser lido como se estivesse sendo ouvido atenciosamente.

No entanto, ainda assim é da autoria de quem o fez e transcreveu, no caso o nome que consta na capa deste documento, que sou eu, Rodrigo.

Por se tratar de um discurso e, por definição, falas feitas em algum momento, essas falas não podem ser alteradas, assim como não podemos “desdizer” o que dizemos em algum momento qualquer de nossas vidas.

Por esse motivo, não pode ser alterado senão por questões gramaticais para facilitar o entendimento. Ao transcrever este discurso, nem mesmo eu o alterei, senão por questões gramaticais. Portanto, é de suma importância que, independentemente do meio em que ele for acessado, se mantenha íntegro.

Esse discurso não surge propriamente da pergunta “Por que as coisas são assim?”, mas da indagação “Por que as coisas não dão certo?”, ou “Quando as coisas começarão a dar certo?”. De qualquer forma, considero que o conteúdo presente nele pode responder essas três perguntas.

O discurso pode também ser acessado gratuitamente através do meu Github e lido através da plataforma de livros parceira, sob condição de contribuição espontânea.

Tendo dito isso, por que as coisas são assim?

Por que as coisas são assim?

As “coisas” começam a “dar certo” quando enxergamos além do “certo” e “errado”. As “coisas”, então, serão apenas fenômenos acontecendo.

Fenômenos acontecendo deixam de acontecer uma hora, se transformando em outros e dependendo de outros, continuamente, constantemente. Essa é a energia do universo que conhecemos e fazemos parte.

Nesse sentido, as “coisas” dando “certo” ou “errado”, independentemente da impressão que criamos e que sustenta essa dualidade, são apenas fenômenos acontecendo. Nós o classificamos de acordo com a impressão que criamos de nós mesmos, que somos nada mais que fenômenos acontecendo.

Essa classificação, portanto e no entanto, é também uma impressão, tanto de nós quanto dos fenômenos acontecendo, de todas as coisas.

Essa classificação soa concreta, no entanto. Criamos a impressão que essa classificação é concreta, por acreditarmos que as impressões que criamos das coisas são concretas.

Nesse sentido, nos consideramos concretos como o concreto. Tão sólido, estável e duradouro. Mesmo o concreto como o conhecemos deixará de existir em algum momento. Certamente depois de incontáveis gerações humanas. Então nós mesmos, ou a impressão de quem somos, irá se esvair muito antes.

No entanto, isso não muda o fato de que tanto nós como o concreto deixaremos de existir um dia.

Nesse sentido, mesmo o que consideramos e classificamos como “certo” e “errado” também deixará de existir.

No entanto, até que obtenhamos a compreensão além dessas classificações que criamos, precisamos continuar criando-as.

Na verdade, precisamos transformá-las. Por séculos, criamos formas de julgar como “certos” e “errados” determinados acontecimentos. Todas as classificações dependem de uma mente que as classifica.

Porém, sustentamos até os dias atuais classificações que justificam e criam guerras. Guerras entre países, guerras entre nós para com nós mesmos, guerras com a própria natureza. Com a mesma natureza que nos sustenta, por dentro e por fora.

Todas essas guerras são criadas pelas intenções e classificações que nossa própria mente cria e transforma. Porque criamos guerras em nossas mentes, criamos guerras “fora” delas. Em um dado momento, todo esse conflito criado pela nossa mente passa a ser um conflito ao nosso redor, em nosso entorno.

Nesse sentido, o conflito identificado ao nosso redor e nas pessoas nada mais é que as consequências do conflito criado em nossas mentes, sendo constantemente transformado, difundido e estimulado em todos nós, sem exceções. O conflito visto ao nosso redor é o conjunto de consciências individuais que o perpetuam, mesmo sem saber, através das intenções e ações.

Essas intenções e ações são a causa e o efeito para as classificações e, consequentemente, os conflitos que criamos.

Nesse sentido, essas intenções e ações são movimento e movimento é energia. Por ser energia, ela não pode ser criada ou destruída, apenas transformada. Além disso, é constante, varia de frequência e não existe por si só, independentemente, porque  ela  transforma  e  é transformada a todo momento.

Porque somos seres de energia, vivemos, transformamos a nossa existência e a existência dos “outros” seres vivos, nós somos a própria energia se manifestando.

Nesse sentido, não morremos. A energia que hoje se materializa fazendo esse discurso não cessa. A forma física, o organismo, o ser vivo que concretiza tal ação cessa, deixa de existir da forma como está habituado. Por sermos seres humanos, estamos suscetíveis, a qualquer momento, a deixarmos de existir como humanos.

No entanto, isso não significa que nós, seres de energia, deixamos de existir. Só significa que continuaremos nos transformando, materializados em outras formas de existência.

Porque continuaremos nos transformando, continuaremos a ser materializados de formas de existência infinitas, inifinitamente, como a energia do universo.

Nesse sentido, somos a energia do universo, sem distinções. Nesse sentido, a energia que constantemente transforma e ajudou a criar o mundo como hoje conhecemos é a energia que nós mesmos perpetuamos e transformamos através de nossas ações e intenções enquanto seres humanos, sem distinções.

Nesse sentido, transformamos nossa energia que materializa o nosso corpo constantemente através das intenções e ações perpetuadas pela nossa mente. As próprias intenções e ações são uma materialização gerada por nossa operação mental, que nos permite continuar transformando ela própria.

Se temos uma mente – uma operação mental, que constantemente transforma a ela mesma, o corpo que nela reside e o meio em que esse corpo está existindo, ela mesma é a energia transformando todo o universo.

Portanto, nossas próprias mentes, enquanto operações mentais que são capazes de transformar a energia manifestada materialmente nela e em tudo, são capazes de construir, desconstruir e destruir “coisas”. Por “coisas”, entendem-se fenômenos manifestados materialmente e portanto suscetíveis a serem lidos como concretos e fixos, e então classificados como “coisas”.

Essas “coisas” só existem porque existe uma operação mental que as construiu e as classificou, dando a elas um significado fixo e concreto. Nesse sentido, a identidade que nós criamos, os nomes que nos foram dados e a classificação que nós criamos depois de passarmos a existir como humanos também são “coisas”.

“Coisa” é um termo comumente usado para se referir a algo ou alguma situação qualquer. Nesse sentido, esse termo é uma materialização que materializa algo ou alguma situação qualquer.

Nesse sentido, sabemos que o que há de material há de morrer um dia.

Ser criado e destruído, nascer e morrer é o destino da matéria. Mesmo a matéria continua. Caso contrário, não estaríamos aqui, manifestados como humanos e dizendo “coisas” como essas.

Porque somos capazes de construir, desconstruir e destruir “coisas”, criamos insatisfações para essas “coisas”. Entendemos que porque uma “coisa” é uma “coisa” e “fulano” é diferente de “cicrano”, entendemos que uma coisa não pode ser “outra coisa” e que “fulano” não é “cicrano”, porque eles não o seriam sem outras “coisas”. Neste momento surge a insatisfação. De fato, “fulano” é diferente de “cicrano”, porque o que faz “fulano” existir como “fulano” é diferente do que faz “cicrano” existir como “cicrano”. Por isso um é diferente do outro. “Cicrano” não consegue não ser diferente de “fulano” porque o que o faz  existir  como “cicrano” é diferente. As condições as quais “fulano” está submetido a ser classificado como “fulano” são diferentes, por isso não é possível satisfazer a não igualdade entre uma “coisa” e “outra coisa”, entre o próprio “cicrano” e “fulano”.

Esse é o significado de insatisfação, e ela não é “certa” nem “errada”. É apenas uma insatisfação e uma “coisa” acontecendo.

Nesse sentido, se não é “certa” nem “errada” e é só uma coisa acontecendo, então as “coisas” não são sobre “certo” e “errado” porque, independentemente de “certo” e “errado”, as “coisas” acontecem, satisfazem outras “coisas” ou não.

Nesse sentido, “coisas” que apenas acontecem são fenômenos acontecendo. Fenômenos acontecendo são movimento. Movimento é energia. Energia apenas se transforma.

Porque a energia varia, ela varia através dos fenômenos. Os fenômenos variam porque acontecem variadamente. Porque acontecem variadamente, são classificados variadamente. Porque são classificados variadamente, são interpretados variadamente.

Porque são interpretados e existem variadamente, produzem insatisfação entre si. Essa insatisfação, por sua vez, produz outras insatisfações. A insatisfação é transformada e transforma, porque também é energia.

Se um carro estiver sem gasolina, ele não funciona, porque um carro precisa ter um nível satisfatório de gasolina para andar. Gasolina é a matéria que é transformada em energia pelo carro, para que então gere energia em forma de movimento. No entanto, o carro não pode transformar a energia da gasolina em movimento porque a satisfação dessa condição depende da ação da pessoa que o conduz. Quando um carro diz, para a pessoa que o conduz, que precisa de gasolina, isso gera nessa pessoa a intenção de abastecer o carro. Essa intenção gera uma ação de abastecer o carro para que então ele possa andar.

Nesse sentido, a pessoa condutora não poderia ter tido a necessidade de se deslocar a algum lugar satisfeita, porque sem satisfazer a necessidade do carro com gasolina, ele não poderia se deslocar para chegar a algum lugar.

Nesse sentido, ambas as insatisfações foram transformadas e eventualmente se transformaram em satisfações. A gasolina, o carro, a pessoa, as intenções, as ações, as necessidades e a situação num todo, são todos energia constantemente se transformando, variando de frequência junto com as transformações das insatisfações e satisfações, insatisfações em satisfações e vice versa.

Essa variação é a própria frequência, e varia sob si mesma constantemente, como as células e os átomos que constituem nosso corpo, porque a variação é, ao mesmo tempo, a energia que a constitui e, porque ela se transforma e constantemente o faz, ela gera a variação. Nesse sentido, a variação é a transformação.

Portanto, nesse exemplo, todas as “coisas” são fenômenos acontecendo graças à variação da energia, porque são eles próprios a energia variando e essa variação é a própria energia, assim como tudo.

Nesse sentido, portanto, tudo é energia. Em todos os sentidos, portanto, todo e qualquer “sentido” é energia.

Se somos todos energias materializadas em seres humanos que, por natureza, possuem uma mente que é capaz de transformar energias deliberadamente, de propósito ou não, então conseguimos transformar e transformamos todas as condições materiais que garantem nossa existência enquanto materialização de uma energia.

Transformamos essas condições materiais, que chamamos de “coisas”, em satisfatórias ou insatisfatórias, a depender da impressão, ou da “coisificação”, ou da classificação que nossa mente cria delas, através e por consequência das intenções que a operação da nossa mente cria.

Nesse sentido, se transformamos condições materiais, ou coisas, através da mesma operação mental que classifica e categoriza elas, então podemos transformar também essas classificações e categorizações.

Portanto, tanto as condições materiais quanto as classificações que criamos podem se transformar em satisfatórias e insatisfatórias pela nossa mente. Nesse sentido, a própria operação mental que manifesta as intenções e ações pode ser transformada.

Se essa operação mental – que se manifesta através das intenções e ações e classifica as condições materiais que percebe, pode ser transformada, ela pode se tornar, ela mesma, satisfatória para o corpo em que está presente. Se ela opera e é operada por intenções e ações, então ela mesma é transformada por intenções e ações.

Portanto, transformarmos nossa operação mental é, ao mesmo tempo, transformarmos e sermos transformados por nossas intenções e ações. Transformando nossa operação – que transforma e é transformada pelas intenções e ações, em satisfatória, poderemos entender que nós somos a própria energia, portanto nós somos o próprio universo se manifestando.

Poderemos entender que, porque somos todos a própria energia do universo se manifestando e essa energia varia e é constante, a diversidade se manifesta infinitamente.

Poderemos entender que a satisfação e insatisfação vêm da diferença proporcionada por essa variação, mas só existem em relação a alguma “coisa”, porque essa “coisa” é a matéria que a energia manifesta.

Nesse sentido, “insatisfação” e “satisfação” são matéria que a energia transforma constantemente. Porque são matéria, nascem e morrem, criam e são criadas, destroem e são destruídas.

Porque matéria é uma condição para nossa existência como seres humanos, somos a matéria. Consumimos, a transformamos e construímos, à partir dela, as condições materiais para nossa existência.

Se somos a matéria, somos a energia que a constitui. A matéria nasce, morre, se transforma e é transformada.

“Nascimento” e “morte” são ambos transformação propiciada pela energia que materializa. Nesse sentido, “nascimento” é “morte” e “morte” é “nascimento”, porque ambos são transformação constante, como a energia.

Nesse sentido, portanto, a energia é matéria e a matéria é energia.

Transformar nossa energia é transformar a matéria que ela constitui. Transformar a matéria constituída pela energia é transformar a própria energia.

Tudo, absolutamente, é transformação, portanto. Para entendermos, sentirmos e vivermos satisfatoriamente, devemos entender que tudo, no universo inteiro, é a transformação acontecendo.

Para transformarmos nossa existência e a existência de todos os seres vivos em satisfatória, basta que entendamos que absolutamente tudo é a transformação acontecendo e transformemos tudo ao nosso redor para as condições materiais de nossa existência e a de todos os seres vivos serem satisfatórias.

Isso significa, primeiramente, transformar nossa operação mental, para então transformar nossas intenções e ações, para então transformar a matéria gerada através delas e então colaborar para que outras existências e consciências possam fazer o mesmo para elas mesmas e para as existências que elas compartilharem.

Essa transformação, que permitirá uma existência satisfatória, é a própria compreensão constante em nossa operação mental, que entende tudo e todas as “coisas” como sendo apenas energias se transformando constantemente.

Para a mente que entende isso, não há insatisfatório, tristeza, raiva, ódio, apego,  ciúme, porque tudo que origina essas coisas são apenas fenômenos acontecendo e energias se transformando.

Apesar de nossa existência humana, a transformação continua, porque a transformação é energia e a energia é transformação. Nós somos ela própria: constantemente nos transformamos, dentro e fora, como humanos ou não.

Entender, sentir, realizar e viver isto é ser um com o universo. É acordar para a própria eternidade e transformação. É despertar para a própria natureza.

Nesse sentido, é acordar para a transformação que fazemos das “coisas”, que é a transformação da nossa mente em si.

Portanto devemos transformar a nós mesmos e, por consequência, nossa mente, em todas as nossas ações e intenções, com base na compreensão de que tudo é transformação, tudo é energia.

Por isso as coisas são assim. São e não são, se transformando junto com a energia de todo o universo, que somos nós mesmos e que é eterna e constante.

Sendo ou não sendo, as “coisas” estão apenas estão acontecendo.

Por isso as coisas são assim.

 

Gostaria de contribuir? Este discurso pode ser lido através da plataforma parceira de leitura, sob a mínima contribuição disponível por ela.

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