Sangha: Como um Bálsamo

 

Meu nome é Ana Karina, tenho 42 anos. Conheci o Zen por meio de vídeos sobre o Budismo Zen em 2018. Fui atraída pelo Dharma imediatamente, tudo fazia sentido e a lógica do Dharma com sua profundidade causou-me mais vontade de entender. Mas só em maio de 2019 que comecei de fato a sentar em Zazen, pois não tinha compreensão do que era. Foi nos vídeos de Mestre Genshô que encontrei mais recursos, sendo que a prática contínua despertou grande bem-estar.

Porém, em 2020 com a pandemia, tudo mudou: fui diagnosticada com burnout (um tipo de estafa) e síndrome de ansiedade generalizada, chegando ao ponto de ter ficado acamada por três meses, quando as dores físicas, a exaustão mental, física e emocional faziam com que, muitas vezes, a sensação da morte passasse ao lado.

Foi quando, em um Dokusan com meu mestre Genshô, fui aconselhada a buscar por um psiquiatra. E assim o fiz.

Medicada já estava, porém, a melhora era mínima. Os encontros virtuais com a Sangha foram como bálsamo para mim. Em mais um Dokusan, Sensei Genshô aconselhou-me a fazer o Zazen deitada na cama mesmo (pois não conseguia me levantar e ficar sentada por muito tempo). E assim fui praticando deitada na cama, percebendo melhora física e mental. A fotografia de minha mente nessa época era o caos e o desespero; persisti e evolui para o Zafu. Porém, as insônias e os sintomas do meu quadro clínico ainda se apresentavam. Diante disso, sempre lembrava da impermanência, sabia que em um momento iria acabar e assim fui a cada dia intensificando a prática, até chegar entre duas a três vezes por dia.

Foi quando eu comecei a me esquecer de tomar os remédios. Simplesmente esqueci que tinha os sintomas, pois eles não se manifestavam mais e eu atribuía isso ao efeito do Zazen.

O Zazen me curou. Contei ao mestre em outro Dokusan que se não fosse praticante de Zazen em plena pandemia e tendo problemas de saúde grave, eu certamente teria morrido ou enlouquecido.

Hoje sinto-me praticamente curada, está muito claro para mim; hoje não preciso mais “acreditar” eu comprovei! Não atingi nenhum nível de experiência mística, porém atingi um estado mental de calma que repercutiu em todo meu corpo físico, emocional e mental. Sinto-me enormemente grata por estar na Shanga Daissen e ter o Sensei Genshô como mestre.

Eu me curei, me curei no Zazen. Quero que o maior número de pessoas possa ter acesso ao Zen e mantenho a minha prática até os dias atuais. Minha melhora é evidente a cada dia! Muita gratidão e amor eu sinto por todo o processo.

 

Texto de Ana Karina Terron. Praticante na Daissen Ji. Escola Soto Zen.

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