O Zen Contemporâneo no Ocidente – Parte 3


É muito cedo para dizer que forma essas características finalmente vão tomar; porém, neste estágio, certas preocupações e temas parecem bastante comuns em várias escolas ocidentais do Zen. Resumidamente são:

  1. Apesar de o Dogen insistir que homens e mulheres são igualmente capazes de realizar o Caminho, há uma diferença marcante entre o moderno Ocidente e o antigo Oriente quanto ao lugar e ao status da mulher no treinamento Zen. A tendência no Ocidente tem sido não fazer distinção de sexo. Centros de treinamento, mosteiros, sesshin, acesso aos mestres, todos estão abertos para qualquer pessoa. Talvez, em consequência disso, haja muito mais mulheres procurando o treinamento Zen no Ocidente do que no Oriente.

  2. A necessidade de, e a distinção entre treinamento leigo e monástico, tem sido matéria para muita meditação e experimentação no Ocidente. Alguns mestres são muito severos nas suas exigências para com os discípulos que querem se tornar monges, ao passo que outros encaram como natural, para qualquer um que pratique a meditação regularmente, tornar-se monge, se assim o desejar. A distinção é também obscura porque não existe uma tradição muito difundida, no Ocidente, para os leigos manterem as comunidades monásticas. Isto significa que quase todos os monges Zen ocidentais têm de trabalhar, pelo menos por algum tempo, em tarefas comuns, para se manterem. Em consequência disso, nos centros Zen que ficam na cidade, mais do que nos mosteiros da zona rural, esta tem sido a regra. Onde centros de retiros monásticos foram fundados, a tendência é abrigar apenas pequenas comunidades residenciais, e a maior parte das pessoas ficar somente algumas semanas ou meses de cada vez.

    Por Givanildo Taikan, DaissenJi, Escola Soto Zen

Fonte: O livro de ouro do zen – David Scott e Tony Doubleday; tradução de Maria Alda Xavier Leôncio – Rio de Janeiro – RJ: Ediouro, 4ª ed. 2001.

 

Pin It on Pinterest

Share This